P A G E S

8.5.13

Felicidade dos bebés

No seguimento da conferência sobre 'Os bebés e a felicidade', que correm entre ontem e hoje na Fundação Calouste Gulbenkian, lembrei-me de fazer um post sobre a felicidade dos bebés, questão que muito atormenta os pais que desejam ver um filho feliz.




NOTA: Retirei este artigo da algarveprimeiro.com

'Por norma os pais preocupam-se muito com esta questão e, para que tenham a certeza de que o seu bebé é feliz, tentam oferecer-lhe tudo e mais alguma coisa, entre brinquedos, actividades, sons, e outros meios sem que obtenham uma resposta capaz de esclarecer até que ponto esses recursos estão a funcionar. 

O que vamos apresentar pode e deve suportar não só os primeiros dias, meses e anos de vida como o processo de desenvolvimento que se quer saudável e equilibrado. 

Desde já, adiantamos que, muitos pais andam “enganados” relativamente à felicidade dos filhos e, sobretudo perante aquilo que lhes faz bem. Os especialistas em desenvolvimento infantil que estudam esta questão afirmam que a felicidade não é algo que se possa oferecer a uma criança como um presente bem embrulhado. 

Efectivamente, diz Edward Hallowell, psiquiatra e autor de The Childhood Roots of Adult Happiness, as crianças excessivamente mimadas – quer sejam inundadas com brinquedos ou protegidas de qualquer desconforto emocional – serão mais provavelmente adolescentes entediados, cínicos e sem alegria. 

De acordo com o mesmo investigador, "Os melhores factores de previsão da felicidade são interiores, não exteriores". 

Hallowell reforça ainda que, a importância de ajudar as crianças a desenvolverem um conjunto de ferramentas interiores com que possam contar ao longo de toda a vida, é a base essencial para a felicidade que vão encontrar durante o seu percurso e, esse alicerce resulta da relação entre pais e filhos, não de factores exteriores por si só. 

A boa notícia é que não tem de ser especialista em psicologia infantil para transmitir a força interior e a sabedoria necessárias para lidar com os altos e baixos da vida. Com paciência e flexibilidade, qualquer pai ou mãe pode criar as bases da felicidade que vão apoiar os seus filhos no futuro. 

Aprenda a interpretar os sinais: 

À medida em que vai amadurecendo de recém-nascido até se tornar um bebé mais interactivo, por volta dos 6 meses, a criança vai também passando a dominar as formas de lhe mostrar quando alguma coisa a satisfaz ou a incomoda. 

A cara ilumina-se com um sorriso de derreter qualquer um quando a mãe entra na sala ou desata a chorar quando alguém lhe tira o brinquedo favorito. E é provável que já tenha reparado que passa do choro ao riso antes que lhe consiga pôr uma chupeta na boca. 

Esta mudança súbita é o resultado da sua imaturidade e vai decorrer até que o seu cérebro tenha capacidade para lidar com as diferentes emoções. 

Tendo por base os apontamentos de Lise Eliot, neurocientista pediátrica e autora de What's Going On in There? How the Brain and Mind Develop in the First Five Years of Life, os bebés são tão inconstantes nas suas emoções porque o seu córtex cerebral, que controla as respostas automáticas, ainda mal começou a funcionar. 

À medida em que o córtex cerebral se vai desenvolvendo ao longo dos anos, a criança começará a controlar melhor o seu comportamento e o humor. Não é por acaso que, reforçamos a importância da paciência e da flexibilidade que são essenciais para uma educação e formação ajustadas. 

Um outro ponto a ter em consideração não requer muita sabedoria científica, mas sim a sensibilidade maternal ou paternal. Se uma criança passa grande parte do seu tempo a chorar, é porque os mais pequenos contactam primeiro com a ansiedade e a frustração do que com a felicidade, no entanto, podemos sempre tentar fazer algo, pois o choro não é um sinal positivo na maioria dos casos, muito menos quando se prolonga ao longo do dia e com intensidade. 

No fundo, o choro e as manifestações de desconforto surgem para que os pais façam algo, pelo que se pode entender como uma chamada de atenção. Nestes casos, o choro deve ser despistado para que se apure a causa. 

É neste tema que a confusão se instala, pois como saber detectar as expressões do bebé e o que se deve fazer? 

Na opinião dos especialistas, "Uma mãe sensibilizada consegue perceber a diferença entre os vários tipos de choro e de expressões faciais". 
Para facilitar a tarefa, suportamo-nos da posição dos mesmos entendidos que afirmam que, as sobrancelhas, a boca e as vocalizações são os sistemas de sinalização do bebé. 

Por exemplo, quando um bebé chora por se sentir incomodado fisicamente, os cantos da boca ficam virados para baixo e as sobrancelhas arqueiam ao centro. 

Quando está zangado, o bebé fica com a cara vermelha, vira as sobrancelhas para baixo, cerra os maxilares e emite como que um rugido. 

A maioria dos pais reconhece que um bebé medroso e que fique facilmente incomodado não é uma companhia agradável, mas Holinger afirma que muitos pais não reconhecem que a fúria é simplesmente uma perturbação em excesso, ou seja algo no meio que está a prejudicar o bebé e não um sentimento natural. 

Como situações que provocam mau-estar ao bebé destaca-se a luz intensa, o frio ou o calor ou um ruído muito elevado. Nestes casos sente-se facilmente a perturbação do mais pequeno que pode pronunciar-se de diversas formas como que em jeito de alerta para que seja retirado da situação. 

Se esse ruído ou luz continuarem a aumentar, este sentimento transformar-se-à em fúria. 

Depois existem os sinais mais comuns de incómodo que, são aqueles a que os pais tentam responder quase que instintivamente: a fralda suja, a fome ou a falta de afecto que fazem com que o bebé esteja infeliz e profundamente inquieto. 

No mesmo enquadramento, um bebé que sorri com facilidade, que manifesta bem-estar aos estímulos que lhe são apresentados, está confortável e feliz, o que não quer dizer que, de um momento para o outro a situação não conheça alterações, mas efectivamente um bebé é feliz quando a maioria do seu tempo é passada em relaxamento, a responder aos estímulos do meio, ás atenções dos pais e desperto para aprender mais acerca do mundo que o rodeia. 

Com o passar dos meses aumentam as descobertas e também a capacidade dos pais compreenderem melhor aquilo que faz bem ao seu bebé, pois cada vez mais a expressividade será um reflexo do que se passa no seu interior. 

É de salientar que, já se verificou que, a maioria das sensações positivas do bebé provém de dentro de si e não ao contrário e, este processo vai manter-se ao longo do seu desenvolvimento, pois dá muito mais felicidade ao ser humano o afecto, a atenção, a compreensão, o elogio e o incentivo do que a maioria dos presentes que lhe oferecemos, o que não quer dizer que não sejam importantes os brinquedos, as recompensas materiais, mas antes de tudo, é essencial que os pais tenham consciência de que, o acto de educar com compreensão, amor, flexibilidade e muita paciência, é o requisito mais elementar para a felicidade e aquele que vai acompanhar o sujeito ao longo do seu percurso. 

Não será por acaso que, a maioria dos bebés que não desfruta de dezenas ou centenas de brinquedos, mas que tem pais presentes e que brincam com ele e o preparam para a vida, é muito mais estável, feliz e reconhecido que aquele que, desde cedo tem de substituir os pais pelos brinquedos. 

Nunca é demais recordar que, gritar para o bebé é o mesmo que autorizar que ele o faça e que, à medida em que um grita mais, o outro manterá um registo alto. 

Ao mesmo tempo, esse tipo de ruído incomoda não só os pais como também o bebé, sendo que, manter um tom de voz baixo facilita muito a relação e a convivência dentro de casa, é tudo uma questão de princípio que pode ajudar a melhorar a felicidade de toda a família! 

Nota: Para mais informações acerca deste tema tão complexo, não deixe de consultar o profissional de saúde que faz o acompanhamento do bebé.'


Até já,

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